domingo, 27 de março de 2011

Drawback - novidades

Quem ensina também precisa aprender. E consumimos um tempo considerável assimilando as novidades, as informações que possam nos auxiliar a transmitir o conhecimento adquirido da melhor forma.

Ontem estive durante todo o dia em treinamento, buscando atualização no assunto Drawback, e conhecendo os simuladores que irão me ajudar a ministrar meus cursos.

Esse investimento foi muito importante e interessante, não apenas pela reciclagem, pela atualização nas informações, pelo contato com profissionais de outras empresas que atuam diariamente com esse incentivo fiscal, mas principalmente, porque ao consolidar essas informações, também percebo alguns aspectos a respeito do drawback sob uma nova ótica.

Para quem não sabe do que estou falando, o Drawback é um incentivo fiscal, concedido pelo Governo Brasileiro, às empresas exportadoras. Criado para incentivar as exportações, originalmente se destinava à desoneração de insumos importados, utilizados em processo produtivo de produtos a exportar.

A legislação passou por muitas modificações, e agora com uma das mais importantes dos últimos tempos: a possibilidade de desonerar INCLUSIVE insumos adquiridos no mercado nacional (de origem local ou nacionalizados).

Embora o governo venha vendendo as "facilidades" do drawback web, na prática o que existe é focado numa maior confiabilidade do sistema, uma sistemática de controle mais segura e um melhor integração por parte do governo, na consolidação das informações dos insumos desonerados e dos produtos exportados correspondentes.

Ou seja: do ponto de vista do empresariado, verifica-se uma maior facilidade de obtenção do Ato Concessório, mas mantêm-se as mesmas necessidades e exigências de organização interna, para atender à toda a demanda de informações e rastreabilidade dos itens usados no processo produtivo e dos produtos exportados.

Como sempre dizemos, operar o Drawback é para empresas com alto grau de controles internos, especialização e comprometimento com informações.

E aí, veio a comparação que eu ainda não havia feito, e surgiu durante nossas digressões na referida reciclagem: pode-se comparar a implantação do Drawback em uma empresa, com a complexidade de implantação de um processo de Qualidade ISO. O mapeamento dos processos, a disponibilidade para adequação das rotinas e procedimentos, a capacidade de interligação das informações, são chave no sucesso do projeto.

Existe ainda um outro fator: implantar o drawback implica em cercar-se de profissionais altamente gabaritados nos assuntos e legislação do comércio internacional, pois as constantes interfaces com órgãos do governo, quer no deferimento do Ato Concessório, quer nas baixas de importação e exportação vinculados ou na liquidação do respectivo ato, todas as ações remetem a uma legislação específica, que precisa ser completamente atendida.

Não podemos esquecer que o Ato Concessório do Drawback refere-se à um contrato entre o Governo e a empresa Exportadora, e como todo contrato, implica em direitos e obrigações. Ao exportador é concedido a isenção ou suspensão dos tributos nos insumos utilizados no processo industrial, com a contrapartida da exportação dos produtos conforme compromisso assumido no momento da abertura do Ato Concessório. O contrato só será completamente atendido quando todas as comprovações pertinentes forem aceitas pelo governo. Caso contrário, no inadimplemento das obrigações contratuais, a empresa assume um passivo tributário altíssimo, acrescido de multas e juros, sem chance de descarga ou recuperação.

Sem querer assustar, apenas exemplificando, conheço (e tomei conhecimento no curso de outras) empresas que possuem atualmente passivos tributários superiores aos R$ 5 milhões de reais, por apresentar inconsistências nas informações de comprovação do drawback. Por se tratar de uma CONCESSÃO do governo, é preciso entender que existe um alto grau de compromisso com as informações à ele prestadas. E se não forem claras, objetivas e dentro dos aspectos legais vigentes, elas serão glosadas e o devido imposto exigido.

Pois bem: para o cumprimento deste contrato, o governo exige um alto grau de rastreabilidade dos insumos, dos produtos exportados e da documentação pertinente. Para atender a tamanha exigência, a empresa precisa abrir um nível de informações muito grande. E aí entra o aspecto a que me referia.

Ao contratar um profissional externo, especialista no assunto, a empresa deve primeiramente certificar-se da idoneidade do profissional e cercar-se dos mecanismos jurídicos que a resguardem em caso de quebra de sigilo, através de um contrato de confidencialidade e da vinculação do CPF deste profissional ao Ato Concessório e Comprovações.

Não é recomendado abrir o Ato Concessório através de um representante legal e comprovar através de outro, pois existe um aspecto jurídico de responsabilidade civil envolvido na veracidade das informações.

Ou seja, amigos, o Drawback tem sim ferramentas que simplificaram sua operação, mas os níveis de responsabilidade não foram reduzidos. Existe no mercado o mito de que o drawback agora é para todos. Não é.

É para que os que, assim como nos processos de Certificação ISO, se preparam para implantá-lo na empresa, tamanha a extensão e profundidade de suas implicações.

Um abraço e até o próximo post!

Espanhois buscam oportunidades no RS

25/03/11 - Uma comitiva de empresários espanhóis ligados à construção civil e à infraestrutura esteve na manhã desta sexta-feira na FIERGS. Liderado pelo presidente do Instituto Empresarial Brasil-Andalucía, Bla Ballesteros Sastre, o grupo participou de uma reunião conduzida pelo diretor do CIERGS e Coordenador do Conselho de Infraestrutura (Coinfra) da entidade, Ricardo Portella Nunes.

As empresas da região da Andaluzia, ao sudoeste da Espanha, destacam as perspectivas de investimentos no Brasil abertas especialmente em função da Copa do Mundo de 2014, da Olimpíada de 2016, dos Programas de Aceleração do Crescimento (PAC) e Minha Casa Minha Vida. "São companhias sólidas que buscam a internacionalização e estar presentes no Brasil. A Andaluzia é uma comunidade emergente e com um setor empresarial empreendedor", destacou Sastre.

Fonte: FIERGS

segunda-feira, 14 de março de 2011

ENTREVISTA COM UMA EMPREENDEDORA DE SUCESSO

CARLA ESTEVES TEIXEIRA é a proprietária da Jeitos & Formas, uma empresa que já nasceu com vocação para unir o lúdico e a tecnologia. Mas, mais do que isso, Carla transfere para a empresa suas convicções pessoais, o que torna a Jeitos & Formas uma empresa diferenciada e modelo para novos empreendimentos. Confira a entrevista que fiz com a Carla, exclusivamente para o Blog PLANTRADE:

PLANTRADE: Carla, conte-nos um pouco sobre como nasceu a idéia da Jeitos & Formas. Em que momento de sua vida essa empresa começou a tomar corpo, tornar-se realidade, o que te impulsionou a empreender?
Carla:
A Jeitos & Formas nasceu da vontade de fazer o que gosto. Não queria morrer frustrada, sem tentar viver do que me realiza totalmente, mais ou menos como um jogador de futebol, que ganha a vida fazendo o que gosta. A empresa tomou corpo quando tive a idéia do negócio. Pela primeira vez havia pensado em algo que fez meu coração acelerar e minha razão acreditar que devia pedir demissão e apostar no meu produto. O impulso foi dado quando acreditei no que tinha nas mãos e na vontade de viver uma vida sem monotonia.


PLANTRADE: Como uma nova empreendedora, imagino que tivestes que aprender muitas coisas novas, para tornar a Jeitos & Formas uma realidade. Quais foram teus passos, como empreendedora, e quais foram os momentos mais desafiadores até o instante do empreendimento finalmente ir à público?
Carla: O primeiro passo foi buscar suporte, pois o caminho era desconhecido. Investi num bom plano de negócio, o qual eu mesma elaborei e participei do edital da incubadora da universidade Veiga de Almeida, que para sorte da empresa foi selecionado e hoje fazemos parte do núcleo de empreendedorismo. Lá recebemos suporte para desenvolver o plano apresentado. Como nosso produto é algo inovador, o processo criativo tomou muito tempo para que no final tivéssemos nas mãos um conceito e não simplesmente um produto. A parte burocrática também atravancou muito nosso processo e o envolvimento com papeis fez com que percebêssemos rapidamente que não seria nada fácil empreender no Brasil.


PLANTRADE: Sabemos que a Jeitos & Formas é diferente porque, além de trazer o sonho, o lúdico e a beleza para a vida adulta, faz isso de maneira muito atual: comercializando e contatando com seus clientes via internet. Mas, além disso, o que torna a Jeitos & Formas um case a ser estudado, são os conceitos de inclusão e sustentabilidade, praticados por uma pequena empresa, e implantados no DNA da empresa desde o nascimento. Conte-nos um pouco sobre essa experiência, até para desmistificar a idéia que inclusão e sustentabilidade são ocupações das grandes empresas:
Carla: Sim, como falei anteriormente a Jeitos & Formas, não trouxe para o mercado mais um produto, ela investiu num conceito. O produto carrega o que acredito. A primeira coisa que pensei quando a idéia veio à mente foi: - só vou conseguir passar credibilidade e vender um produto que acredite. Sendo assim, jamais poderia vender algo que fosse contra meus princípios pessoais de solidariedade e amizade com a natureza. Não poderia me trair. Sendo assim, procuramos cooperativas sociais para fazer a produção. Junto às comunidades, recrutamos e ensinamos a arte do artesanato ofertando a elas uma opção de gerar renda e ampliar seus conhecimentos. O corte dos produtos é totalmente artesanal, não havendo desperdício. As sobras são doadas para as cooperativas para fazerem produtos para comercializar ( peso de porta, flores de fuxico, etc.). As bonecas usam hashis reciclados e botões de coco personalizados com nossa logomarca. As embalagens são reaproveitáveis com o intuito de não gerar lixo. Também usamos Rami, cordão de uma planta em formato de coração que é 100% natural. Um de nossos lemas é que com pouco se faz muito. Por isso, desde o início desenvolvemos pequenas ações que no final somam-se e fazem com que a Jeitos & Formas faça algo pelas pessoas e pelo planeta. Não importa o quanto, mas o que você faz! Pensando assim, conseguimos seguir sempre em busca do melhor para empresa e seus stakeholders.

PLANTRADE: Estamos até aqui, deixando o leitor curioso sobre o que, efetivamente, a Jeitos & Formas oferece. Vamos matar essa curiosidade?
Carla: Essa parte devo tomar cuidado, pois sou apaixonada pelo nosso produto e geralmente não o descrevo e sim faço uma declaração de amor. Mas, enfim, nosso produto são bonecas de pano artesanais que carregam mensagens especiais impressas em tecido 100% garrafa Pet ( as mensagem podem ser escritas pelo cliente ou temos um cantinho de inspiração, no site, com textos prontos). A boneca carrega a mensagem em uma bolsinha ecológica e vem numa embalagem reaproveitável. Pensando na utilidade do que estamos oferecendo, conseguimos desenvolver um produto que é todo reaproveitado, pois a boneca serve como enfeite e tem como valor agregado o afeto de quem lhe presenteou, isso fará com que o presenteado a guarde para sempre. A mensagem pode ser exposta em porta-retratos, murais, customizada em bolsa, roupa, ou seja, depende da criatividade de cada um. A bolsinha ecológica vira porta celular. A embalagem, uma transforma-se num suporte de plantas e vem com semente de amor perfeito e a outra um porta-objeto com lugar exclusivo para expor a mensagem.

PLANTRADE: Para finalizar, sugiro compartilharmos com nossos leitores a entrevista que concedeste ao Programa Painel Nacional, com Gláucia Araújo, no Rio de Janeiro. Lá tem tantas informações bacanas para quem quer conhecer a empresa e, quem sabe, seguir os passos da Jeitos & Formas:
Carla: Tudo que desejamos é compartilhar experiências, é e uma honra puder conceder essa entrevista a um blog tão rico de informações para ingressar no mundo econômico.


PLANTRADE: Muito obrigada pela entrevista, por conceder-nos esses momentos de alegria em compartilhar uma linda história de empreendedorismo e amor. Para finalizar, deixamos o website da Jeitos & Formas, pra que vocês, leitores, acessem e conheçam as bonecas mensageiras. Elas levam junto de si, além do amor, um pouco de quem as envia, nas suas palavras e no gesto tão delicado de escolher um presente e uma mensagem personalizada para quem recebe. Vem conferir no site: www.jeitoseformas.com.br.

terça-feira, 1 de março de 2011

Johanna Blakley: mídia social e o fim do gênero

Gosto de estar atenta às tendências ligadas a comportamento e marketing.

E, sobre os assuntos de marketing, especificamente, tenho um olhar de curiosidade, próprio de quem gostaria de poder entender como os meios traduzem os gostos e o comportamento humano em artigos vendáveis, peças publicitárias, tendências de consumo.

E esse TED TALK, fala exatamente das mudanças culturais e de como as empresas que estudam o marketing precisam começar a revisar urgentemente suas metodologias de análise de perfis, em função da nova forma que temos de nos relacionar, através das midias sociais.

E, uma supresa: nas mídias sociais, as mulheres são maioria! E isso pode revolucionar a forma de elaborar as propostas e medições do marketing, em um futuro muito próximo, eliminando inclusive as classificações por gênero.

Vamos ouví-la? Vale a pena: