quinta-feira, 22 de novembro de 2012

SECEX Conclui Duas Investigações de Origem // SECEX closes two origin investigations

Translated to Plantrade Blog:
In September, SECEX closed two origin investigations, regarding Ferrite Magnets from India and Wooden Pencils from Taiwan.
 
SECEX Ordinance nr. 33/12 closed non preferential origin investigation of Ferrite Magnets in ring form, from Sonal Magnetics. The investigated product is classified on NCM 8505.19.10 and declared origin on Import Licenses is India.
 
SECEX Ordinance nr. 31/12 closed non preferential origin investigation on wooden pencils with graphite colored mines, classified on NCM 9609.10.00. The target country on the origin verifying was Chinese Taipei and declared Manufacturer was Sans Souci International Ltd.
 
In both cases, there were not supplied essential elements on the process instruction phase by the exporter and by the manufacturer of the goods. In face to that, Import Licenses were not permitted for the entrance of those products in Brazil. New Import License requests, for the same products from the investigated companies will be automatically rejected until they can demonstrate compliance with the non-preferential rules of origin laid under Brazilian Law (Law nr. 12.546/11). 
 
It is important to consider that the impact of false origin declaration investigation is beyond product and investigated manufacturer and generates a bigger effect than the rejection of the import licenses selected to be investigated.
 
In the case of the Ferrite Magnets, importations from India sum up 57,8 tons on the first semester of 2011 and dropped to 42,6 tons at the same period in 2012, which is equivalent to an about  26,3% reduction.
 
For the wooden pencils, since january 2012, there were not importations coming from Chinese Taipei. In 2011, the country occupied the 2nd place on the ranking of the bigger exporters of this product, with a total of 873 tons for the period, behind only the China.
 
The special procedures regarding origin verification taken by SECEX objectives a bigger effectiveness on the antidumping rights and reinforce actions for the national industry defense. In both cases, the antidumping rights were applied against China.
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Em setembro, a Secex concluiu duas investigações de origem, referentes a ímãs de ferrite da Índia e lápis de madeira de Taiwan.
 
A Portaria Secex n° 33/12 encerrou a investigação de origem não preferencial de ímãs de ferrite em forma de anel, da empresa Sonal Magnetics. O produto investigado é classificado na NCM 8505.19.10 e a origem declarada no pedido de licença de importações é a Índia.
 
Já a Portaria Secex n° 31/12 encerrou a investigação de origem não preferencial para lápis de madeira com minas de grafite e colorida, classificados na NCM 9609.10.00. O país alvo do procedimento de verificação de origem realizado pelo MDIC foi Taipé Chinês e o produtor declarado era a empresa Sans Souci International Ltd.
 
Em ambos os casos, não foram fornecidos os elementos essenciais na fase de instrução do processo pelo exportador e pelo produtor das mercadorias.
 
Diante disso, foram indeferidas as licenças de importação para a entrada no Brasil dos produtos das empresas investigadas. Novas solicitações de licenças de importação, referentes aos mesmos produtos das empresas investigadas serão automaticamente indeferidas até que se possa comprovar o cumprimento das regras de origem não preferenciais dispostas na legislação brasileira (Lei n° 12.546/11).
 
É importante considerar que o impacto das investigações de falsa declaração de origem vai além do produto e do produtor investigados e gera um efeito maior do que o indeferimento das licenças de importação selecionadas para investigação.
 
No caso de ímãs de ferrite, as importações provenientes da Índia somaram 57,8 toneladas no primeiro semestre de 2011 e caíram para 42,6 toneladas, no mesmo período de 2012, o que equivale a uma redução de aproximadamente 26,3%.
 
Para lápis de madeira, desde janeiro de 2012, não houve importações do produto oriundas de Taipé Chinês. Em 2011, o país ocupava o 2° lugar no ranking dos maiores exportadores desse produto para o Brasil, com um total de de 873 toneladas no período, atrás apenas da China.
 
Os procedimentos especiais de verificação de origem realizados pela Secex têm como principal objetivo o de dar maior efetividade aos direitos antidumpings aplicados e reforçar as ações em defesa da indústria nacional. Em ambos os casos, o direito antidumping foi aplicado contra a China.
 
Fonte: Informativo SECEX / Source: SECEX Newsletter

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Novo Site da CAMEX

Para simplificar o acesso às decisões da Câmara de Comércio Exterior (Camex), presidida pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e atender ao que determina a lei de acesso à informação (lei n°12.527/11), que estabelece diretrizes para divulgação espontânea de informações pelos órgãos da administração pública, entrou no ar, no dia 27 de setembro, o novo site da Camex, no endereço www.camex.gov.br

O lançamento oficial do site foi feito pelo secretário-executivo da Camex, Emilio Garofalo Filho, durante a abertura do Encontro Nacional de Comércio Exterior (Enaex), promovido pela Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), no Rio de Janeiro (RJ). "Será um canal direto de comunicação com o público de interesse, tendo em vista a amplitude dos temas tratados, que dizem respeito aos sete ministérios que compõem a Câmara de Comércio Exterior", disse o secretário.

Integram a Camex o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, que a preside, a Casa Civil da Presidência da República e os Ministérios das Relações Exteriores; da Fazenda; da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; do Planejamento, Orçamento e Gestão; e do Desenvolvimento Agrário.

O novo site vai dar mais visibilidade às decisões tomadas pelo Conselho de Ministros e pelo Comitê Executivo de Gestão da Camex (Gecex). Assim, já na página inicial, há um mecanismo de busca para localizar rapidamente as Resoluções Camex em vigor, com as alterações consolidadas. Para ter acesso às decisões, basta informar o número da Resolução, o ano ou uma palavra-chave. Outra novidade será a publicação do cronograma de reuniões do Conselho de Ministros Camex e do Grupo Executivo de Gestão da Comércio Exterior - Gecex e também os assuntos que serão discutidos. A pauta será incluída no site no dia das reuniões.

O site também trará notícias e outras informações referentes à legislação e às áreas de atuação da Camex: defesa comercial; Tarifa Externa Comum; consolidação de normas; facilitação de comércio e logística; financiamento e garantia às exportações; e negociações internacionais. Além disso, ao clicar em "contato" os visitantes poderão enviar e-mails com dúvidas ou propostas sobre comércio exterior diretamente à Secretaria-Executiva da Camex.
 
Fonte: Informativo SECEX

domingo, 11 de novembro de 2012

O PAPEL DO NEGOCIADOR INTERNACIONAL: O QUE MUDOU NO S ÚLTIMOS 20 ANOS

Olá, queridos leitores do Blog!

A convite do Professor Moacir Vicentin, em setembro estive na FECEA,  em Apucarana, conversando com os alunos sobre o tema acima. Segue a transcrição do que conversamos, e que gostaria de dividir com vocês também.
Iniciei no comércio exterior por susto. Isso mesmo, porque em 1989, quando eu recém havia completado 20 anos, e procurava emprego em Porto Alegre, fui apresentada à empresa onde iniciaria minha carreira na área, através de um contato de minha mãe. Esse amigo, que ela não via há muito tempo, administrava uma empresa exportadora de pedras semi-preciosas e estava contratando.
Da conversa, surgiu o fato que eu estava procurando colocação em Porto Alegre, para juntar-me à minha mãe e irmã, que haviam se mudado para  a capital enquanto eu ainda permanecia no interior do estado. Naquele dia, descobri que eu tinha talento para negociação.
Como eu não tinha experiência, a oferta inicial era bem baixa, e ao recebê-la, eu me levantei educadamente, agradeci o tempo do meu entrevistador, e expliquei as razões porque não poderia aceitar a oferta. A minha reação surtiu efeito, e saí de lá com o dobro do valor oferecido incialmente,  faculdade, curso de inglês e aluguel pagos pela empresa, e muito satisfeita.
Ainda me pergunto: como eu consegui aquela façanha? O que mudou desde então?

Em primeiro lugar, a  oferta de profissionais. Se eu ainda não era exatamente uma “profissional” da área, alguns fatores pesaram a meu favor: eu tinha inglês básico (mas precisava ainda melhorar para ser considerado um bom inglês). Já tinha perfil comercial (o que a empresa rapidamente percebeu), era boa em negociação, provei isso quando negociei meu próprio salário, e era uma pessoa de confiança - vinha indicada pela minha mãe, amiga de infância do administrador da empresa.
O que eu não tinha? Conhecimento de comércio exterior, mal sabia o que era uma fatura comercial, nunca havia tido contato com estrangeiros e sequer tinha maturidade para conduzir equipes.
Permaneci nesta empresa por 7 anos, e saí de lá como Gerente de Exportação e procuradora de um dos sócios, assinando por ele inclusive assuntos financeiros e de compra e venda.
Você pode estar se perguntando o que isso tem a ver com o mercado internacional e o perfil do negociador nos últimos 20 anos? Em primeiro lugar, é um ponto de vista pessoal, da minha trajetória profissional, um depoimento humilde de alguém que precisou se reinventar muitas vezes ao longo desses 23 anos de carreira.
Lá na primeira empresa onde trabalhei na área de comércio exterior, eu precisava ser extremamente técnica: entender da documentação de exportação, negociações com companhias marítimas, Banco do Brasil, empresas de courier, acompanhamento de despacho de exportação junto à Receita Federal. Tudo para que a venda realizada chegasse ao comprador final, em qualquer parte do mundo, dentro do prazo esperado. Custos era uma preocupação menor,  considerando que o cenário econômico era caótico, e medir custos uma tarefa quase impossível. Além do mais, todo o valor da venda da exportação  poderia ser convertido em ouro, pelo período de 20 dias a partir da chegada das divisas ao Brasil. Isso permitia que a rentabilidade da exportação triplicasse, nessas transações em ouro.

 No início dos anos 90,  o mercado de importação ainda era extremamente fechado. Era praticamente impossível ao brasileiro comum ter acesso a produtos importados, e nossa participação no mercado mundial era insipiente. Com a abertura das fronteiras, a importação também passou a fazer parte da nossa realidade. E lá estáva eu, me adaptando outra vez, aprendendo a lidar com outras variáveis, e adicionando complexidade às negociações sob minha responsabilidade. Nessa época, já estava em curso o Siscomex, integrando diferentes órgãos governamentais e intervenientes no comércio exterior brasileiro, um sistema complexo e com linguagem e estatísticas bem específicos. Um profissional que compreendesse essa ferramenta e ainda fosse razoavelmente voltado para negociações, que dominasse ao menos o inglês, era disputado a peso de ouro no mercado.
No início do século XXI, o que se percebeu com a chegada de muitas multinacionais ao mercado brasileiro, foi uma  procura acentuada por profissionais que falassem inglês e espanhol e que dominassem razoavelmente o intrincado sistema aduaneiro e o direito aduaneiro brasileiro. A burocracia era gigantesca , com alta regulação.

Com a modernização do siscomex, que agora já pode ser acessado via web, com linguagem mais amigável, com o fluxo de informações correndo de forma mais intensa e rápida, permitindo comunicações em tempo real entre os diversos continentes do planeta, novamente o perfil do profissional sofreu mutações.
As empresas mais bem estruturadas passaram a olhar para a área com outros olhos, e enxergou no profissional com visão estratégica, capaz de gerir a contento os serviços terceirizados contratados, que administre muito bem  o tempo e maximize os lucros da companhia, de forma sustentável e com criatividade, como o ideal de profissional a ser retido como talento.

Então agora não basta saber um pouco de tudo, nem muito de pouco. A exigência nos leva na busca do domínio máximo das competências requeridas.
O mundo tornou-se vendedor, várias crises eclodem em diversas partes do planeta - financeira, cultural, religiosa, ideológica. Nossos recursos naturais estão escasseando.  É preciso encontrar a melhor solução para maximizar a utilização dos recursos tecnológicos, na gestão do conhecimento e dos recursos financeiros da empresa, de forma a não esgotar os recursos naturais.
No livro “Cinco Mentes para o Futuro”, Howard Garner diz que com essas cinco mentes uma pessoa estará bem equipada para lidar com aquilo que se espera, bem como com aquilo que não se pode prever. Sem elas, estará à mercê de forças que não pode compreender, sequer controlar.
Então, é preciso levar em conta que sem disciplina, não se adquire conhecimento, e pesquisas confirmam que são necessários até 10 anos para dominar uma disciplina.  Receber informações de diferentes fontes, entender, avaliar objetivamente, reunir de forma inteligível a si mesmo e às demais pessoas é outra habilidade muito importante, dado o estonteante ritmo de acúmulo de informações. Já uma mente criadora é responsável por romper barreiras, apresentar novas idéias, propor questões desconhecidas, evocar formas inéditas de pensar e chegar a respostas inesperadas. Para que tudo isso funcione, uma mente respeitosa observa e acolhe diferentes seres humanos e busca trabalhar de forma eficaz com eles. Em um mundo interligado, intolerância e desrespeito não constituem mais uma opção viável. Em nível mais abstrato, a mente ética reflete sobre a natureza do trabalho, desejos e necessidades da sociedade onde vive.
Embarcamos no que pode ser a globalização que tudo englobará, apresentando 4 tendências inéditas:
                - Circulação praticamente instantânea de imensas quantidades de capitais e outros instrumentos de mercado ao redor do planeta;
                - O movimento de pessoas entre fronteiras, com bem mais de 100 milhões de imigrantes espalhados pelo mundo a todo o momento;
                - Informação em movimento pelo ciberespaço, com vários graus de confiabilidade, acessível para um número inédito de pessoas;
                -O movimento rápido e contínuo da cultura popular - moda, estilo, gastronomia, música e arte, de modo que adolescentes do mundo todo tem aparências cada vez mais semelhante, mesmo que opiniões, valores e gostos dos mais velhos também possam convergir.
 Já se desenha uma tendência de pensar globalmente, mas por razões igualmente fortes, iremos agir em termos locais, nacionais e de regiões do mundo.

Na minha opinião, nesse cenário desenhado por Howard Garner, o negociador internacional precisa atuar como um multiplicador de resultados, dentro de um perfil ético, com responsabilidade  social e de maneira criativa.
Pela minha experiência pessoal, percebo que há uma necessidade enorme que o profissional tenha visão das oportunidades, determinação para superar as diversas dificuldades em transformar uma idéia num projeto, capacidade de maximizar resultados buscando alternativas criativas, mas acima de tudo, que possua “finiciativa”.
Eu cunhei essa expressão há muitos anos atrás, ao deparar-me com profissionais altamente pró-ativos e motivados no início de um trabalho, mas com baixa disposição para concluir os trabalhos que iniciaram, quando as dificuldades se apresentam. Concluir o que se começou é fundamental para qualquer projeto. Só se pode avaliar a eficácia das ações após um período de tempo. E abandonar a implantação ou não cuidar das etapas de controle é um grave erro cometido por muitos profissionais.
Hoje o negociador já não precisa estar mais fisicamente junto ao seu fornecedor ou cliente durante todo o processo de negociação. É possível acelerar algumas etapas com o uso das tecnologias. Mas deixar tudo a cargo dessa incrível ferramenta é acreditar que a faca elétrica será capaz de, sozinha, cortar, deglutir e digerir o pão.
Inovação é a palavra do momento. Mas o que ela significa, para aqueles que atuam nos mercados tradicionais?

                Fazer de uma nova maneira algo que já existe;
                Criar uma nova necessidade, através de  um produto que não existia;
                Encontrar novas utilizações para velhos produtos e serviços.

O desafio está lançado, senhores. Cabe a cada um de nós desenhar nosso futuro, reconhecendo nossas competências e habilidades e encontrando disposição para desenvolver aquelas que nos faltam.
Sucesso a todos, até o próximo post!