terça-feira, 20 de abril de 2010

Comunicar é fundamental

Estava aqui, me preparando para o feriado de amanhã, e pensando no poder da comunicação e na sua influência nas relações interpessoais.

Há quem diga: não sou bom com pessoas. Outros, que dizem: prefiro a tecnologia à lidar com gente. Outros, que adoram sentar-se em um bar ao ar livre só para observar pessoas.

E há os que, como eu, gostam e detestam ao mesmo tempo. Explico:

Gosto de pessoas. Muito. Mas detesto a inconveniência. Gosto das possibilidades que nascem do contato com outras pessoas, que nada mais são do que contatos com mundos particulares, novas abordagens para velhos dilemas. Não gosto quando essas relações pendem para o desentendimento mais que para o entendimento. Porque, se a interpretação é livre, o respeito ao interlocutor é LEI.

Veja, quem decide partir para o mercado internacional, via de regra é uma pessoa aberta às novidades, sabe que terá que descobrir novas maneiras de comunicar-se, porque seu velho e conhecido português já não será suficiente. Sua velha e conhecida cultura pode ser um entrave se não souber administrar e reconhecer que existem outras interpretações para o mesmo universo.

Você que já negociou com países de outro extremo, sabe do que estou falando. Mas nem precisa ir muito longe. Saia das fronteiras de seu próprio estado e as coisas já serão bem diferentes.

Lembro-me quando fui morar em Londrina, em 1997 e fui carinhosamente acolhida por uma amiga de lá. Em um singelo passeio ao shopping, o convite para tomar um "quentão" se transformou numa aventura. Porque aqui no RS, o quentão é um vinho servido quente, com açúcar e especiarias.

Lá em Londrina, o quentão é uma cachaça servida quente (já sem álcool), também com açúcar e especiarias, entre elas o gengibre.

Eu, de pronto, já me surpreendi, pois esperava o fumegante e perfumado vinho quente (que, de passagem, também se serve por lá, mas se denomina "vinhão").

Ao bebê-lo, com vontade, pois o frio estava mesmo muito intenso naquela noite de inverno, causei um constrangimento a mim mesma de fazer história: quase que o verti todo ali mesmo na calçada, pela surpresa do paladar. Aquele sabor forte e apimentado do gengibre, ao qual eu não estava acostumada, fez meu corpo reagir antes do meu bom senso...

Sorte a minha que aquela amiga estava reservada para a vida toda, e compreendeu rapidamente a minha surpresa.

Transcreva essa cena para o cotidiano profissional.

Quantas vezes, por uma comunicação ineficiente, tumultuamos um processo que poderia ser simples, limpo e eficiente? Quantas vezes irritamos nosso interlocutor com uma expressão mal colocada, quando o que queríamos realmente era sua colaboração? Quantas vezes perde-se tempo, dinheiro, prazer de realizar, "apagando-se incêndios" causados pelo nosso próprio descuido com a comunicação?

Mas para uma comunicação eficiente, é preciso partir do princípio que não basta dizer o que precisa ser dito. É preciso que o outro entenda. Isso é claro no mundo dos negócios internacionais, e os profissionais de nossa área buscam ardorosamente que esse tráfego de informação se faça presente nas comunicações. Não me perguntem o percentual de sucesso, mas é fato que se tenta.

Empenhar um certo tempo conhecendo o interlocutor é fundamental. Colocá-lo em perspectiva, respeitar seu contexto, sua realidade, ajuda enormemente.

Conciliar nossa linguagem verbal com a corporal é outra dica muito importante. Porque o corpo certamente também fala. Veementemente.

Nas nossas próximas intervenções junto aos nossos colaboradores, parceiros de negócios, façamos uma abordagem mais cuidadosa e acompanhemos os resultados. Não é necessário fazer negócios com o outro lado do mundo para compreender a importância da comunicação em nossas vidas.

Um bom feriado a todos, e até o próximo post!

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